quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Exemplos

Eu, que tenho a maior admiração por tudo de bom que o ser humano pode produzir, fico em uma posição absolutamente desconfortável depois dos acontecimentos de ontem, na apuração dos votos do desfile das escolas de samba de São Paulo.

É de um profundo contra senso, depois de dias de um dos maiores espetáculos culturais que o carnaval oferece, assistirmos as cenas de vandalismo, bandidagem, desrespeito e desorganização que vimos ontem.

Em um país que tantos reclamam da qualidade do ensino público o que podemos esperar dos jovens, crianças e adolescentes quando pretensos adultos oferecem como exemplo as cenas apresentadas ontem. Perder, ganhar, recomeçar, tentar de novo, superar, são condicões que a vida impõe, em qualquer ambiente. No trabalho, nos estudos, nos esportes.

Até em uma disputa entre duas pessoas, instituições, organizações, times. Um vai perder e outro ganhar. E as perdas devem indicar o caminho para melhorar, crescer, evoluir.

Não será surpresa se em breve vermos jovens descontentes com suas notas, rasgarem provas, boletins. Insatisfeitos saírem depredando a escola porque discordam da direção. Pessoas que querem ganhar no grito, na imposição, na força.

Regras, normas e transparência tem que existir e temos o direito sim, de discordar, de questionar. De forma organizada.

De nada adianta teoria sem exemplos. Infelizmente, ontem uma minoria superou a maioria. Maioria que trabalhou, se dedicou, queria alegria. Cumprimentar o adversário se assim fosse necessário. Adversário. Não inimigo.

Ontem a minoria gahou exposição e divulgação. Agora cabe as autoridades, órgãos e instituições mostrar que essa minoria não sai vitoriosa. Que os responsáveis sejam punidos, em benefício de uma maioria que deseja uma sociedade equilibrada, para expor sua arte, sua música e sua capacidade de conviver com perdas e ganhos.

Ano que vem tem mais. Que a maioria prevaleça.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval é cultura sim!

Quem não gosta, não gosta. E eu respeito. Mas para tantos que postam nas redes, imagens e textos sobre preconteiro, lamento que o mesmo pensamento não se seja aplicado quanto as preferências musicais.

Agora, chegar ao absurdo de postar uma imagem com o logotipo da bandeira brasileira com um monte de "eca" no centro é no mínimo falta de educação.

Os amante do rock, do funk, da música clássica, do samba, do axé, do forró, ou de qualquer outro gênero, tem todo direito as suas preferências. Mas é necessário que respeitem os direitos de quem não tem o mesmo gosto musical.

Eu afirmo, faz muito tempo, que música é um estado de espírito, de ambiente, de local. Não espero que ninguém concorde, mas acredito no respeito as opiniões diferentes.

Defendo sim, que o desfile das escolas de samba é o maior teatro a céu aberto do planeta. Desfile de criatividade, de artes plásticas, de competência dos artesãos brasileiros, dos músicos, intérpretes, compositores e mais tantos e tantos que proporcionam um espetáculo único.

Quem assistiu ontem, a transmissão do desfile do Rio, provavelmente ficou conhecendo um artista plástico brasileiro, revereciado no exterior e aqui, praticamente um desconhecido. Um desfile de informações sobre lugares, religiosidade, literatura, pesquisas históricas. Desmerecer isso é no mínimo indelicado.

Dizer que o país investe mais nisso que em outras necessidades ou comentários similares é esquecer que temos o ano todo para reinvindicar direitos e melhorias em qualquer outro setor.

Ninguém é melhor ou pior porque gosta disso ou daquilo. Todos seremos melhores quando respeitarmos as preferências individuais de cada um. A cultura só vem quando as pessoas são apresentadas a todas as opções disponíveis e cada um por si só, optar, sem rótulos, sem imposição, sem proibição.

Isso sim é cultura! Liberdade de pensamento, de preferência, de opção. O direito ao conhecimento e a informação. Cada um na sua, sem desmerecer ninguém e um bom carnaval para todos.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

CICLOS

Terminamos um ano. Iniciamos outro. Encerrei um ciclo. Mais uma jornada de trabalho encerrada. Gratidão. Pelo aprendizado pela convivência. Erros, acertos, dúvidas e certezas.

Certeza que doar sem esperar nada em troca é o melhor caminho. Colocar verdade em cada fala, em cada atitude. em cada discussão, em cada gesto de carinho é o refresco que traz alegria.
Por característica pessoal, por aprendizado, por necessidade, pelas alegrias, sou sim competitiva. Competitiva comigo mesma. Preciso saber que fiz o meu melhor. Não disputo nada com ninguém. A disputa é comigo mesma. A satisfação do acerto é minha. o erro é para que eu tente fazer mais e melhor amanhã.

Nessa etapa que encerro convivi com gente, com jovens, crianças, adolescentes. Dei o meu melhor. Espero ter acertado. Falei para cada um que espero encontrá-los pelos caminhos da vida transformados em bons cidadãos, bons profissionais. Falei que aprendi que tive exemplos na vida que quando alguém chama a nossa atenção, briga, discute,alerta, questiona...essas pessoas ainda acreditam em nós...sabem que podemos fazer mais e melhor. A preocupação deve vir quando ninguém mais se importa com o que, e como podemos fazer. Que tudo está sempre em nossas mãos.

Na roda da vida aprendemos com alguém. Família, professores, colegas. Simplesmente "passamos o bastão". Talvez em um futuro não muito distante, alguns destes que hoje aprendem, venham a nos servir. Médicos, engenheiros, advogados, administradores. E o ciclo continua e continuará, até que eles passem para os próximos.

Desde o primeiro dia tinha um projeto pessoal de saber o nome de todos. Férias, final de ano, alunos novos. Não deu tempo. Mas alcancei um número significativo. Comigo mesma. As metas que eu mesma determino para mim. Mas, com exceção dos que chegaram agora...os rosto, a voz, as "artes", a timidez daqueles que deixaram para pedir um beijinh e um abraço hoje, na despedida...muito...muito próximo de cem por cento.

Carinho real e verdadeiro por cada um. Os mais próximos, pelos mais diversos motivos, sabem disso. Os que não sabem ou não acreditam ou não tiveram tempo de descobrir, talvez um dia a vida mostre.

Eu realmente acredito que cada um tem muito a oferecer, a crescer. Cada ma dessas cabecinhas e corações, tem sonhos. Espero que façam o máximo para alcançar.

Tudo, tudo, tudo de melhor para cada um. Um desejo imenso, que não consigo colocar em palavras, que sejam muito, muito felizes. Um abraço gigante. Já com saudade.

Tia Mara



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

RECOMEÇAR!

Quem já não teve a sensação de estar carregando ou querer carregar o coração na mão. A sensação de verdade intensa e imensa. Ver pulsar e vibrar de alegria ou tristeza, emoção ou raiva, angústia ou serenidade. Poder pegar, ver, sentir, admirar.

O trabalho, que salva, reergue, renova, recupera. Colocar o amor, verdadeiro, que faz o sangue borbulhar, o olho iluminar. Gente, vidas, pessoas.

Privilégio o trabalho, que põe a mesa, que alimenta o corpo, ser prazer, ser amor, ser doação, ser integridade e verdade. Orgulho do trabalho bem feito, realizado com envolvimento de emoção, de coração, mas também da razão. A sensação máxima de prazer, contido, individual, particular, sigiloso. Mas de extrema satisfação.

Que alegria fazer do trabalho, uma realização de doação, de entrega e mais ainda, de vitória. Ninguém precisa falar, mostrar, indicar. É o coração falando mais alto. É o espelho da alma, em festa.

Cada dia é um novo dia. Cada dia é uma oportunidade. Recomeçar!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

CHUVA, LIVROS, FILMES

Ufa! Muita informação! Muita reflexão! A poderosa mente humana, que tem a capacidade magnífica de ler, ouvir, observar e...e fazer o que com tudo isso?

Sinceramente, cansada de tantas afirmações, citações, fórmulas e dizeres que não são aplicados. Cansada de falta de compromisso e comprometimento, seja profissional, social, afetivo.

Amarga? Ácida? Talvez. Mas, coerente com princípios e valores de conduta e postura adquirido ao longo do tempo. Com alguma freqüência ouvi dizer que nasci madura ( para manter a elegância). Nunca cheguei a conclusão se isso seria bom ou ruim.

Porém como tenho por hábito falar o que tenho que falar , para quem quero falar ( e não mandar recado), assumir meus equívocos pessoais, profissionais, sociais e na medida do possível consertar, mas também jamais me omitir.

É sim. Tudo isso é resultado de um final de semana que fez pensar sobre o ser humano e suas afirmações. Sou capaz de rir de mim mesma e chorar por mim mesma. E sei que não sou exceção.

Mas que eu trato palavras como atitude, verdade, prioridade, confiança, determinação, coerência, dedicação, proteção, sinceridade, palavra, honra, caráter e outras mais, exatamente de acordo com a definição que elas tem, quem caminha junto sabe disso.

Isso tudo não me distancia nem do afeto, do carinho nem da sensibilidade e menos ainda da fé. Mas a fé não me cega, nem corrompe meu raciocínio. Mais ainda, me faz caminhar no amor e na dor. Entre risos e lágrimas. Entre perdas e ganhos. Entre ouvir e calar.

Bendita seja a capacidade da mente humana, dos livros, filmes, músicas. A trilha sonora hoje foi da chuva e do som do silêncio

domingo, 5 de fevereiro de 2012

COERÊNCIA

Quem me conhece sabe o imenso interesse que tenho pelo ser humano. O nome desse blog vem exatamente desse interesse pelas pessoas. Suas dúvidas, questionamentos, comportamentos, alegrias, conquistas, insatisfações, buscas, perdas e tudo que envolve esse universo fantástico.

As redes sociais vieram proporcionar uma oportunidade ainda maior dessas observações. Nas redes existe ainda a possibilidade da colocação de textos (criados ou copiados), imagens, músicas, fotos, divulgação de eventos ou dos próprios atos e pensamentos.

Sem dúvida uma excelente forma de comunicação instantânea também. Ferramenta de trabalho e informação sobre interesses e preferências pessoais inquestionável. A opção é nossa sobre quais assuntos desejamos nos informar, quais veículos de informação queremos seguir, quais associações nos interessam.

Também excelente arquivo de imagens. Podemos perder o pen drive, o DVD, o notebook que nossas fotos lá estarão. Mesmo que ninguém saiba que aquele passeio ou viagem ou festa em que estivemos podem ter sido patrocinadas e todo mundo acha que você é rico e folgado e só reclama da vida. É o preço da exposição de cada passo que damos e divulgamos nas redes.

Dias atrás postei em uma rede “se tudo que se escreve sobre fraternidade, solidariedade, família, prioridades, preconceito, justiça social, fosse aplicado na vida real, certamente teríamos uma sociedade mais justa”. Ainda acho que cabem sim, deúncias, mobilizações, indignações, e já foi demonstrado que de forma equilibrada e civilizada, temos bons resultados. O humor, de qualidade, também é bem vindo.

Não. Não estou saindo das redes. Somente pretendo utilizá-las com propósitos definidos. Portanto, utilizando bem menos. Uso como ferramenta de trabalho, para me manter informada de assuntos de meu interesse, para acompanhar pessoas e personalidades que admiro e tenho afinidade com o conteúdo do que tem a dizer para manter contato com pessoas que quero bem e ainda não estão inclusas no bom e velho e privativo MSN.

Sempre temos o telefone, menos econômico. Mas ouvir a voz de um amigo, de um familiar, por mais rápido que seja, pode ter um efeito muito maior e melhor.

Com certeza o tempo economizado também será muito mais útil no trabalho, nos estudos, com família e amigos na vida real, com livros, filmes e para quem quer realmente trabalhar por uma sociedade mais justa, o trabalho voluntário.

Nada, absolutamente nada contra a tecnologia, nem contra as redes. Somente uma visão diferente.